A sociedade moderna percorre uma das
fases mais difíceis de sua existência. O coração do homem esqueceu-se do
valor da espiritualidade e se fixou nas coisas terrenas. O consumismo é
uma das razões da deterioração dos valores cristãos na vida das
pessoas. É considerado uma praga secular, porque é prejudicial ao ser
humano e não permite a proximidade com Deus. É uma compulsão que leva o
indivíduo a comprar bens ou serviços de forma ilimitada e sem
necessidade.
O Papa Bento XVI disse: “Em si
mesmo os bens materiais são bons. Não poderíamos sobreviver por muito
tempo sem dinheiro, vestuário e uma casa. Para viver, temos necessidade
de alimento, mas se formos ‘gulosos’, se recusarmos partilhar o que
temos com o faminto e o pobre, então transformaremos estes bens numa
falsa divindade”. Quando o dinheiro é utilizado para fins
consumistas, torna-se um ídolo. Percebemos tal idolatria, por exemplo,
quando alguém faz compras até exceder seu limite de créditos; quando
deixa de usar objetos (ainda úteis ou intactos) em pouco tempo, quando o
assunto predominante do dia a dia são as compras feitas, quanto tem
dificuldade de sair de um shopping sem comprar algo e até quando se
sente mal por não possuir algo que está na moda. Há necessidade para
tais atitudes ou sentimentos?
Diante desse contexto, o consumismo é resultado de distúrbios emocionais e psicológicos, ou de motivações sócio-econômicas.
É uma forma de compensar a solidão consequente do individualismo. É um
ato contínuo da autoestima deteriorada e da necessidade de ser original.
Pode ser também um modo de demonstrar aos outros, aparentemente, ótima
condição financeira e status social.
“Quando o dinheiro é utilizado para fins consumistas, torna-se um ídolo” Thiago Thomaz
Sendo assim, a nova simbologia de
felicidade que o capitalismo gerou está baseada na ideia de que o
consumo desenfreado pode trazer o bem-estar e promover as relações
sociais. Entretanto, na prática isso não é verdade. O Sumo Pontífice
chama à atenção: “O valor autêntico da existência humana não se confina
unicamente nos bens terrenos e nos bens passageiros, porque não são as
realidades materiais que apagam a profunda sede de sentido e de
felicidade existente no coração de cada pessoa”.
As riquezas materiais permanecem
aqui após a nossa morte. Por isso não devemos nos apegar a elas.
Afinal, “não será a outrem que deixarás o fruto de teus esforços e o de
teus trabalhos, para ser repartido por sorte?” (Eclo 14,15).
Nesta vida devemos procurar por outros
bens…os bens de Deus! É com os amigos que devemos nos preocupar; é a
família que devemos amar; nos estudos e no emprego que devemos nos
esforçar; é o amor que devemos partilhar; é a esmola ao pobre
necessitado que devemos dar; é a necessidade de estar mais próximo de
Deus que devemos sentir! Esses são os verdadeiros consumos em uma vida
valorosa!
“Buscai antes o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos
serão dadas por acréscimo” (Lc 12,31).
Mude o enfoque de sua vida! Seja
rico das coisas de Deus!
Thiago Thomaz Puccini
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