Nós
cristãos, agraciados pelos carismas do Espírito, somos chamados a
vivificar em obras os dons que recebemos de Deus. Essa manifestação dos
carismas acontece das mais variadas formas, seja exercendo algum serviço
na paróquia que frequentamos ou sendo referência e ponto de apoio em
nossos lares (o que na maioria das vezes é o mais difícil).
Independente do “para que” fomos
chamados, sabemos que o ato de servir está sujeito também à acomodação.
Por consequência, surge o “qualquer jeito”. Sirvo de qualquer
jeito, sou de qualquer jeito. Muitas vezes, nossos dons são sufocados
pelo ritmo intenso das atividades diárias: faculdade, trabalho,
projetos, entre tantas outras coisas. E acaba faltando tempo.
A primeira semente a não dar frutos é
aquela que Deus nos deu. Falta-nos tempo para cultivá-la. Surge, por
consequência, a justificativa de tantos irmãos: “não me sinto mais
motivado, não é mais do mesmo jeito”. Com certeza não é! Não vivemos
estagnados no tempo; Deus não age por conveniência, Ele age por
necessidade. E a ação d’Ele surge quando você já fez a sua parte. Pela
fé, crescemos no Senhor, no Seu amor. Vivemos em constante mudança
esperando por Aquele que é perfeito.
“Quando eu era menino, falava
como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me
tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.” (I Coríntios 13,11)
Como você tem tratado o dom que recebeu?
Tem buscado regar diariamente a semente lançada por Deus em você?
Nenhum ser humano sobrevive sem água, nenhum dom é manifestado em sua
plenitude sem perseverança, sem cuidado. É Jesus mesmo quem nos diz:
“Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é
que te pede: ‘Dá-me de beber’ , tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te
daria água viva.” (Jo 4,10)
“Deus tem essa água que nos sacia, Ele tem a motivação que precisamos”
Deus tem essa água que nos sacia, Ele
tem a motivação que precisamos. Então, agora cabe a nós pedir e ser
saciados, ter Fé e manifestá-la em obras. É fácil? Impossível é que não
é. Rever nossos passos também é necessário. Algumas reflexões nos
permitem identificar a erva daninha que teima em nascer ao nosso lado e
sufoca os bons frutos que temos a dar. Não podemos nutrir a vida que
Deus nos deu com pensamentos de “não é mais como era antes”, pois nunca
vai ser, irmão. Vivemos em constante movimento, passivos às mudanças
externas e internas, mas Deus continua vivo e presente em nossa vida; é
Ele quem quer “fazer novo aquilo que você já faz ou fez”.
O primeiro a ser atingido pelo
serviço que se exerce na igreja é aquele que o faz. Se o faz bem,
certamente a graça passará primeiro por ele. Não queira aparecer mais do
que Deus, não busque reconhecimento, não use seus dons para se
promover; mantenha sua essência, pois ela certamente é santa.
Um dos artigos do Portal Canção Nova cita um trecho do livro “Words of inspiration”. O Beato João Paulo II diz neste:
“Muitos sabem o que você faz e o admiram
e o valorizam por isso. Mas a sua verdadeira grandeza está naquilo que
você é. O que você é na essência talvez seja menos conhecido e pouco
entendido. Essa verdade só pode ser compreendida à luz da nova vida,
revelada em Cristo. Somente n’Ele você será uma nova criatura”.
É nessa certeza que devemos viver. Não
paremos no tempo, cresçamos também no amor de Deus; bebamos dessa água
viva que Ele nos oferece, alimentemo-nos da Eucaristia e da Palavra ,
busquemos a motivação diária que Ele está disposto a nos dar. “Pedi e
recebereis”.
Deus tem sempre um novo a fazer em nossa vida!
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